“The Handmaid’s Tale” ou “O Conto da Aia”, é uma série estadunidense baseada no romance homônimo de Margaret Atwood e trazida à vida pelo serviço de streaming Hulu. Estrelada e produzida por Elisabeth Moss, a série trata de temas muito atuais e traz consigo atuações incríveis que deixam qualquer um arrepiado e envolvido em cada episódio.
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A série retrata uma distopia em que os Estados Unidos foi extinto e deu lugar à República de Gilead, um estado totalitário e teocrático em que as mulheres são vetadas de sua liberdade para servir famílias importantes em uma crise de fertilidade que atinge a população. As aias são mulheres que tem possibilidade de engravidar, então são estupradas para fornecer filhos aos Comandantes e suas Esposas durante ‘‘A cerimônia’’ mensal. Elas representam a casta mais importante, por causa da fertilidade, mas, contraditoriamente, a que mais sofre. A história é contada pela Offred (June) que, antes do golpe que derrubou o governo americano, era casada com um homem chamado Luke e tinha uma filha pequena, aos quais ela perdeu totalmente o contato. Que mulher!!! A força dessa personagem é igual ao espaço: só se expande cada vez mais e te encanta de formas inimagináveis. Na verdade, todas as mulheres dessa série são incríveis, das 'vilãs' até as heroínas.
Apesar de ser uma ficção, “O Conto da Aia” exibe temas muito atuais e até alguns tabus que fizeram a série ser categorizada como ‘‘polêmica’’. De forma emocionante e incrível, assuntos como violência doméstica, direitos humanos, homofobia, fanatismo religioso, politica, machismo, maternidade, feminismo e outras pautas muito debatidas atualmente são expostas com cenas e fotografias maravilhosas que encantam qualquer pessoa que assistir, mesmo que ela, assim como eu, não entenda desses trabalhos técnicos. Tu sempre vai perceber que algo em alguma cena te encanta, parece tudo tão perfeitinho, as cores, o enquadramento. Brilhante!
A série não é feita para quem tem sensibilidade á conteúdos fortes por apresentar cenas de torturas/estupros direcionadas às aias e violadores dos mandamentos de Gilead. Entretanto, seria muito bom abrir uma pequena exceção para assisti-la, pois, “O Conto da Aia” é uma viagem para um mundo não tão distante do nosso cotidiano; inclusive a mesma é usada como símbolo de protestos: em junho de 2017 mulheres usaram roupas inspiradas na série para protestar contra uma lei que restringia o aborto em Ohio; assim como a frase Nolite te bastardes carborundorum (Não deixe os bastardos te oprimir) que se tornou um grito de protesto e tatuagens para algumas mulheres (futuramente eu pretendo ser uma dessas).
''É preciso compreender que The Handmaid’s Tale é uma série de um clima político tenso, que exige um grau de crítica acima de qualquer pensamento tradicional. Tanto que é libertador imaginar que um produto como esse está sendo disponível justamente numa época em que a onda do conservadorismo assola diversos países, pondo em risco não só as mulheres, como todas minorias que lutam por seus direitos.'' (Série Maniacos TV)
Eu pensei em dar mais detalhes e falar muito sobre a série, mas, assim como eu, quero que vocês tenham as descobertas, surpresas e desvendem suas dúvidas no decorrer da série. Acho que dessa forma é bem mais interessante e instigante. Recentemente eu até comprei o livro e, assim que eu estiver de férias, irei começar a lê-lo e, quem sabe, eu trago uma atualização sobre a história do ponto de vista do livro.
''A série utiliza de pautas atuais, como o movimento #MeToo e o governo de Donald Trump, para criar roteiros que conversem com o que vemos na mídia, mas essa é apenas uma forma de olhar para a história. Com tanto retrocesso presenciado no mundo inteiro, a série serve como um alerta. Se na primeira temporada ela já carregava um texto pesado, este ano o roteiro não facilita em nada para o telespectador.'' (A Escotilha)
Assistir a essa série tão poderosa e brilhante é uma experiência enriquecedora; é recheada de assuntos essenciais e merece ser vista e comentada em cada virgula. Desde que comecei a acompanhar a ânsia de ver mais e mais nunca passou, recomendo The Handmaid’s Tale sempre que posso. A série é um ótimo caminho para abrir e discutir pautas, refletir sobre os acontecimentos e condições atuais e, sem dúvida, é uma história incrível que ainda vai dar muito o que falar na sua próxima temporada (4) e na continuação do livro que foi publicado esse ano: The testaments. Enfim, corram para assistir as temporadas, leiam e aproveitem essas obras incríveis; ano que vem tem mais!
Não esqueça de comentar se vai assistir, se gostou (post e/ou série), se já assiste, resumindo: sintam-se em casa! Blessed be the Fight, beijão e até a próxima.
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